Este é um blog de sonhos. Os textos aqui publicados fazem parte do universo imaginário de LL. No entanto, apesar de serem criados no imaginário, quantos deles não nascem na realidade? *
domingo, 10 de junho de 2012
Vou-te contar um segredo
Vou-te contar um segredo. Esse papel que tão ridiculamente protagonizas um dia já me pertenceu. Por isso e por mais ainda, sei bem o que sentes. E o que te leva a tornareste assim, tão ridículo. Não me aboreces, nem tão pouco me enlouqueces com os teus jogos psicológicos que nem tu compreendes. Sei bem o que é não querer admitir a dor de ter sido deixado, como se de um cachorrinho se tratasse, abandonado pela altura das férias de Verão porque os donos querem ir de férias e ele vai-se tornar um 'empata festas'. Sei bem o que é a sede de vingança que toma conta de ti, também eu já me senti assim. Mas meu querido, estás a ir pelo caminho errado. E ninguém melhor do que eu para te dizer, porque eu já tropecei em todas as pedras do caminho que tu escolheste. Esses opostos que te dominam, o querer parecer bem e tratar-me bem, e o querer parecer ainda melhor e tentar fazer com que eu me sinta mal comigo mesma... Bem, nunca me afetarão. E tu tens que perceber isso, antes que te deixes consumir por dentro. Estás a deixar-te levar pelo sentimento de amor-ódio que te move contra e a meu favor. Não queiras isso para ti, porque por mais que tentes negar, não há um dia em que não sintas a minha falta, em que não desejes, do fundo do coração, ter-me de volta. Mas negas, e negas e negas. E continuarás sempre a negar. Porque dói aceitar, e tu hás-de sempre evitar essa dor. Nunca te olharás no espelho e terás coragem de dizer: Ela deixou-me, ela não gosta de mim e eu continuo ridiculamente apaixonado por ela. Por isso mesmo, e porque esse dia não chega, continuarás a ser o mesmo cachorrinho abandonado, na esperança que os donos se lembrem do beco onde te deixaram esquecido numa rua perdida da cidade e te queiram de volta. Porque afinal, não passavas de um cachorrinho mas sempre servias para afugentar os pássaros.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Escolhas
Não te metas com um mecânico, têm fama de bajular tudo o que é mulher que use mini-saia. Não queiras um médico, usarão sempre os turnos como desculpa para não ir passear contigo ao Domingo à tarde. Não prefiras um advogado, com o tempo ganhará mais habilidade para encontrar argumentos que justifiquem as mensagens de número desconhecido no seu telemóvel do que para te dizer a verdade de todos os factos. Não queiras um jogador de futebol, uma mulher elegante não aceita ser conversa de balneário depois do treino. Não queiras um engenheiro, és uma mulher com sentimentos e não estarás preparada para que ele trasnforme a tua vida num cálculo de probabilidades. Não optes por um arquitecto, não nasceste para ser mais um projecto que não passará de uma maquete. Não te rendas a um jornalista, mostrar-se-ão mais dispostos a comentar as tuas atitudes do que a mudar a deles. Não te deixes levar por um professor, nenhum homem tem mais a ensinar do que a aprender. Não te metas com um barman, homem da noite vai-te falhar durante o dia. Não te prendas a um caixa de supermercado, tudo o que te der terá um preço. Não queiras um soldado, na primeira oportunidade ele põe-te a marchar da vida dele.
Opta por um bêbedo, nunca ninguém conheceu um homem que dissesse tantas verdades.
Opta por um bêbedo, nunca ninguém conheceu um homem que dissesse tantas verdades.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
A fotografia
Ouvi dizer que ainda guardas a minha fotografia na tua carteira. Não gosto muito dela, mas no dia em que me mostraste onde a tinhas guardado para que eu estivesse sempre contigo, eu lembro-me de ter sorrido.
No outro dia, quando numa conversa de café o teu amigo P me disse que ainda a trazias contigo, respondi-lhe após uns demorados segundos a pensar: Faz-me um favor, pede-lha de volta. Essas fotografias dão sempre jeito para os documentos pessoais! E sorri. A R, sentada junto a mim sussurrou-me ao ouvido: Tu também ainda guardas a fotografia dele, vê lá, também lhe pode dar jeito para os documentos pessoais...
Não respondi e desejei do fundo do coração que a continuasses a guardar na carteira e que não precisasses de a abrir para te lembrares de mim.
No outro dia, quando numa conversa de café o teu amigo P me disse que ainda a trazias contigo, respondi-lhe após uns demorados segundos a pensar: Faz-me um favor, pede-lha de volta. Essas fotografias dão sempre jeito para os documentos pessoais! E sorri. A R, sentada junto a mim sussurrou-me ao ouvido: Tu também ainda guardas a fotografia dele, vê lá, também lhe pode dar jeito para os documentos pessoais...
Não respondi e desejei do fundo do coração que a continuasses a guardar na carteira e que não precisasses de a abrir para te lembrares de mim.
Subscrever:
Mensagens (Atom)