segunda-feira, 28 de março de 2011

Se vais não voltas!



Podia ter sido como nos filmes, um mal entendido que acaba com uma porta a bater, um quadro a cair e a nossa foto perdida pelo chão... Mas não. Não houve mal entendidos e a única coisa que ouvi bater foi o meu coração. Naquela altura queria ter-te dito "não vás, fica!", mas o meu orgulho falou por mim, "se vais não voltas!". Estavas tão cansado de mim, dos meus ovos estrelados e da minha desarrumação, que dois anos depois ainda não voltaste...
Mas meu amor, eu já aprendi a fazer arroz de marisco, voltas?

domingo, 27 de março de 2011

Meu querido

São cinco horas da tarde. Continuo de pijama, deitada no cadeirão da sala, como se não estivesse disposta a fazer nada por mim. Penso em ti. Em como se estivesses aqui tudo poderia ser diferente. Mas não estás. Estou eu, o meu velho portátil, o meu maço de tabaco e um isqueiro. Sempre odiaste que eu fumasse, fazias questão de me dizer isso de cada vez que acendia um cigarro. Pensei em deixar de fumar, cheguei à conclusão que se não o fazia por mim, não o faria por ninguém, nem mesmo por ti. Agora que estou sem ti, faço dos cigarros a minha companhia, não preciso de um outro alguém. Pelo menos eles avisam-me previamente que provocam uma morte lenta e dolorosa. E tu, meu querido? Porque te julgas melhor que um cigarro?

sábado, 26 de março de 2011

Um brinde


Um brinde a mim que desisti de procurar o tempo certo e decidi matá-lo aos poucos em mundos como este.