Ela estava sentada ao balcão de um bar perdido em New York, numa mão segurava o cigarro e na outra segurava o copo. Era uma mulher bonita, realmente muito bonita, devia estar na casa dos trinta anos e já a tinha visto por lá várias noites, sempre sozinha. Aproximou-se um pouco reticente e disse:
-Boa noite, posso oferecer-lhe uma bebida?
-Boa noite, aceito sim, obrigada.
-Acompanha-me até uma mesa?- perguntou ele.
Ela também já tinha reparado nele. Tinha-o visto várias vezes naquele bar, sempre acompanhado por amigos, às vezes até na companhia de casais, o que a deixava intrigada ao ver um homem que devia ter perto de cinquenta anos sem nunca ter apresentado por lá qualquer companhia feminina. E a verdade era só uma, apesar da sua idade era um homem extremamente charmoso.
-Posso perguntar-lhe como se chama?
-Maria.
-Maria? A Maria não é americana pois não?
-Porque pergunta?
-Tem um sotaque que não consigo assemelhar ao sotaque de nenhum dos nossos estados e o seu nome também não é americano.
-Sou portuguesa.
-E o que faz uma bonita portuguesa sozinha num bar de New York?
-Vivo em New York.
-Ah, é emigrante. Deixe-me adivinhar, veio atrás do «sonho americano»?
-Não sou uma mulher sonhadora, vim atrás de um emprego, vim atrás de estabilidade.
-E encontrou-a?
-A estabilidade que eu procuro não é fácil de encontrar.
-Posso então perguntar-lhe o que faz?
-Trabalho num antiquário, ou seja, vendo o que já ninguém quer comprar. A vantagem é que não tenho um emprego cansativo, e o pó fica sempre bem na montra de exposição.
-Já vi que tem um humor fantástico Maria. Mas conte-me, porquê New York?
-Faço parte de uma geração que em Portugal apelidamos de «geração à rasca», quando saí da universidade em menos de um ano já tinha feito a mala e decidido ir embora do meu país.
-Posso perguntar-lhe o que estudou na universidade?
-Direito.
-Então é uma advogada que trabalha num antiquário de New York... Acho que já percebi, a estabilidade que procura é poder vir a exercer algo relacionado com a sua profissão.
-Não, eu diria que sou uma advogada que trabalha num antiquário de New York e que sonha viver da escrita.
-Não veio atrás do american dream, a Maria veio atrás de um sonho seu. Admiro isso numa mulher jovem, veio sozinha?
-Sim.
-A sua família devia ser uma família de poucas posses, veio atrás de um sonho e ao mesmo tempo quer poder ajudá-los, acertei?
-Não propriamente, eu diria que a minha família vive bem melhor que eu. Os meus pais fazem parte de uma classe média alta e não tenho irmãos.
-Assim torna-se um pouco difícil perceber o motivo que a fez vir, compreendo a situação do seu país, mas pelos vistos não era a mesma situação da sua família.
-Vim em busca de liberdade e deparei-me com a solidão, acho que foi isso que aconteceu.
-Porque não volta?
-Se ter dinheiro implica voltar para casa dos meus pais, não obrigada.
Ele olhou para Maria e viu uma mulher completamente indecifrável à sua frente. Era sem dúvida uma mulher culta, estudada, uma mulher vivida que passava horas a fio durante a noite a escrever e escrever e escrever. Mesmo sabendo que o mais certo seria nunca ninguém chegar a ler o que tanto quis fazer chegar a um grande público de leitores. Decidiu então continuar, estava encantado com a mulher que tinha à sua frente.
-A Maria é casada ou algo do género?
-Não, nunca casei, não tenho filhos e já lhe disse que não tenho irmãos?
O àlcool começava agora a manifestar sinais exteriores em Maria.
-Sim, já. Deve ter sido muito mimada.
-Eu diria mais, devo ter sido muito pressionada! Pressionada a ser tudo aquilo que os meus pais desejavam num filho. Tive que ser bem comportada, tirar boas notas, ir para a universidade, não sair muito para não andar com más companhias...
-Já percebi o porquê de ter saído de casa dos seus pais.
-Não, não percebeu. Eu não saí só de casa dos meus pais, afastei-me da minha família, dos meus amigos e até de um antigo amor.
-Deixou um amor para trás?
-Era fraco de mais para me acompanhar. Disse que eu era uma louca e que mais tarde ou mais cedo voltaria para Portugal arrependida de algum dia ter ido embora. A verdade é que não voltei, embora não tenha feito nada pela minha vida, voltar também não faz parte das minhas opções.
-E o seu amor? Que é feito dele?
-Casou, tem filhos e todas essas coisas bonitas.
-Ainda fala nele, não o esqueceu.
-Acho que o problema é nunca ter vivido nada semelhante ao que vivi com ele. E a mágoa, a mágoa de termos feito planos durante anos. Planeávamos acabar a universidade e sair da nossa cidade, chegamos mesmo a falar em New York e de facto aqui estou eu, mas sozinha. Eu não desisto dos meus sonhos, se nunca os chegar a realizar ninguém poderá dizer que não tentei. E aquele otário ficou na santa terrinha e ainda conseguiu casar com uma antiga amiga minha. Merecem-se, são os dois uns palermas.
-Há quanto tempo não vai a Portugal?
-À tempo suficiente para os meus pais dizerem que eu sou a maior desilusão que podiam ter tido. Acho que eles pensam que tenha uma vida pouco decente por aqui. Até compreendo que tendo criado uma pessoa como eu seja difícil acreditar que estou em New York a trabalhar num antiquário e que só não vivo na companhia de um gato porque faço alergia ao seu pêlo...
A conversa prolongou-se entre drinks e cigarros. Ele tinha-a achado uma mulher encantadora, apesar de ter percebido desde a primeira conversa que mantiveram naquele bar de New York, que Maria vivia à beira de um abismo. Sairam aquela e várias noites. E querem saber o que aconteceu? Apaixonaram-se. A bonita portuguesa de trinta anos apaixonou-se pelo charmoso americano de quase cinquenta. Talvez ela tenha visto nele uma protecção e ele tenha visto nela a companhia que tanto precisava. No ano a seguir casaram, em New York. Um ano após o casamento visitaram Portugal, a família, os poucos amigos que ela mantivera. Todos ficaram admirados com o casamento de Maria, não era um casamento qualquer, era aquilo que só mais tarde ela percebera, o casamento com um dos homens mais importantes de New York. Maria deixou o antiquário e com a ajuda do marido lançou o seu primeiro livro, entitulado That's not an american dream, that's my dream.
Foi um sucesso e o seu antigo amor chegou a ler a tradução do livro em português, comprado a muito custo com o seu dinheiro contado para as despesas da casa, dos filhos e da mulher.
Este é um blog de sonhos. Os textos aqui publicados fazem parte do universo imaginário de LL. No entanto, apesar de serem criados no imaginário, quantos deles não nascem na realidade? *
terça-feira, 20 de novembro de 2012
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Um final quase perfeito.
Chegou exactamente à hora combinada, eram oito horas da noite e a campainha tocou. Sabia que era ele, abriu a porta e pediu-lhe que entrasse. Como sempre ele estava bem-disposto, cumprimentou-a e sorriu. Quando se dirigiam para o quarto ela mantinha-se em silêncio enquanto ele ia dizendo que ela era linda vestindo qualquer coisa e que mesmo assim perdia tanto tempo a arranjar-se que acabava sempre por nunca estar pronta à hora marcada. Sentou-se na cama dela, achou estranho esta não estar repleta de roupas como habitualmente, sabia bem o quão desarrumada a sua namorada era, conseguindo transportar tudo o que tinha dentro do armário para cima da cama até conseguir escolher a roupa adequada para a ocasião. Mas, estava tão entusiasmado, que naquele momento aquilo pareceu-lhe um mero pormenor sem importância. Olhou carinhosamente para ela, com um olhar de namorado orgulhoso por tê-la a seu lado e disse:
-L, de pijama ainda? Anda lá amor, despacha-te.
-É que...
-Não, espera! Eu só te ia contar ao jantar mas não aguento mais esperar e por este andar chegamos à meia noite ao restaurante e eu tenho que...
-Que foi M? Aconteceu alguma coisa? - interrompeu L.
-Aconteceu!
-É grave? A tua mãe não está melhor? Eu posso...
-Não, não tem nada a ver com isso! A minha mãe está melhor e regressou hoje ao trabalho, conheces aquela mulher, não é uma pneumonia que a derrota!
-Que bom, fico contente, mas então o que se passa?
-Comprei duas passagens de avião.
-Duas passagens de avião? Como assim?
-Vamos a Paris meu amor! Vou-te levar a Paris! Eu sei que querias ir e já reservei o hotel, com vista para a Torre Eiffel claro e não te preocupes com nada, só precisas de fazer a mala e...
-M, eu não estou a entender... Não me falaste em Paris...
-Claro que não te falei em Paris, era surpresa meu amor. Queria ter-te contado só ao jantar, porque hoje vou levar-te ao melhor restaurante desta cidade! Mas não aguentei esperar mais para te dizer. Eu sei o quanto gostavas de conhecer Paris e por isso vamos a Paris. Quero que percebas que eu vou realizar todos os sonhos da mulher da minha vida.
-Não posso acreditar!
-Podes sim, vais finalmente conhecer la cité de l'amour!
-Não!
L deu um grito, como se estivesse assustada, como se estivesse com medo. M não conseguia compreender o que se estava a passar. Conhecera L à um ano atrás e era apaixonado por ela como poucas pessoas já se apaixonaram na vida. Comprara as passagens de avião porque sabia que L sonhava com o dia em que visitasse Paris, em que subisse à Torre Eiffel, em que conhecesse o mundo da Disney que povou a sua infância, em que passeasse pelos Campos Elísios como vira em filmes durante anos. No entanto, após ter dado a novidade, ao em vés de receber um grande abraço, de ouvir gritos de esterismo, de felicidade da sua namorada, não, viu tristeza no seu olhar, viu medo, viu culpa.
-O que se passa L?
-Nós não vamos a Paris.
-Porque estás a chorar? Porque me dizes que não vamos a Paris? O que se passa? Diz de uma vez!
-Olha para mim M, estou de pijama.
-Sim eu consigo perceber isso, só não consigo perceber é o que se passa!
-Eu estava à espera que chegasses para ter uma conversa contigo, eu nunca pretendi ir jantar fora.
-Explica-te L!
-Eu estava à espera que chegasses para termos uma conversa e não para irmos jantar fora. Acabou M, era isto que te queria dizer... (houve um enorme silêncio e M nada disse, então L continuou)
E depois tu chegaste a dizer que compraste passagens de avião e que querias realizar todos os meus sonhos, pode não ser o momento, mas quanto mais tarde pior e...
-Acabou? Como assim acabou? Porquê L?
-Porque eu não suporto mais viver a relação perfeita, eu preciso de correr riscos, preciso de ter uma vida que não vá de encontro à perfeição de relacionameno em que mergulhamos.
-Não entendo, o que querias afinal? Que te fizesse infeliz?
-Não, tu és uma pessoa incrível, mas eu não sou mulher para entrar no teu mundo de perfeição. Eu não sou a mulher a quem devas realizar todos os sonhos. Eu não suporto mais viver dentro dos limites de um namoro que pode ser invejado por todas as mulheres deste mundo mas que não é o que eu quero para mim. E os meus sonhos, deixa-me ser eu a realizá-los. Eu quero viver a minha vida fora dos dias monótonos da nossa relação, não suporto viver mais no mundo encantado que construimos.
-Eu não acredito no que acabei de ouvir. Estas a dizer que te cansaste de mim porque eu fazia tudo bem?
-Sim.
-Mas o que é que tu queres L? Que te faça infeliz? Que me esqueça de ti enquanto ando de bebedeira em bebedeira? Que te dê todo o espaço do mundo? Que te trate mal?
L olhou para M com ar de quem lamentava o que estava a acontecer e disse:
-Quero viver a minha vida longe desta história de amor com desfecho tão previsível de final feliz, é isso que eu quero, saber o que é a vida longe deste mundo encantado.
Soubesse ela o quão bom teria sido viver o final perfeito.
-L, de pijama ainda? Anda lá amor, despacha-te.
-É que...
-Não, espera! Eu só te ia contar ao jantar mas não aguento mais esperar e por este andar chegamos à meia noite ao restaurante e eu tenho que...
-Que foi M? Aconteceu alguma coisa? - interrompeu L.
-Aconteceu!
-É grave? A tua mãe não está melhor? Eu posso...
-Não, não tem nada a ver com isso! A minha mãe está melhor e regressou hoje ao trabalho, conheces aquela mulher, não é uma pneumonia que a derrota!
-Que bom, fico contente, mas então o que se passa?
-Comprei duas passagens de avião.
-Duas passagens de avião? Como assim?
-Vamos a Paris meu amor! Vou-te levar a Paris! Eu sei que querias ir e já reservei o hotel, com vista para a Torre Eiffel claro e não te preocupes com nada, só precisas de fazer a mala e...
-M, eu não estou a entender... Não me falaste em Paris...
-Claro que não te falei em Paris, era surpresa meu amor. Queria ter-te contado só ao jantar, porque hoje vou levar-te ao melhor restaurante desta cidade! Mas não aguentei esperar mais para te dizer. Eu sei o quanto gostavas de conhecer Paris e por isso vamos a Paris. Quero que percebas que eu vou realizar todos os sonhos da mulher da minha vida.
-Não posso acreditar!
-Podes sim, vais finalmente conhecer la cité de l'amour!
-Não!
L deu um grito, como se estivesse assustada, como se estivesse com medo. M não conseguia compreender o que se estava a passar. Conhecera L à um ano atrás e era apaixonado por ela como poucas pessoas já se apaixonaram na vida. Comprara as passagens de avião porque sabia que L sonhava com o dia em que visitasse Paris, em que subisse à Torre Eiffel, em que conhecesse o mundo da Disney que povou a sua infância, em que passeasse pelos Campos Elísios como vira em filmes durante anos. No entanto, após ter dado a novidade, ao em vés de receber um grande abraço, de ouvir gritos de esterismo, de felicidade da sua namorada, não, viu tristeza no seu olhar, viu medo, viu culpa.
-O que se passa L?
-Nós não vamos a Paris.
-Porque estás a chorar? Porque me dizes que não vamos a Paris? O que se passa? Diz de uma vez!
-Olha para mim M, estou de pijama.
-Sim eu consigo perceber isso, só não consigo perceber é o que se passa!
-Eu estava à espera que chegasses para ter uma conversa contigo, eu nunca pretendi ir jantar fora.
-Explica-te L!
-Eu estava à espera que chegasses para termos uma conversa e não para irmos jantar fora. Acabou M, era isto que te queria dizer... (houve um enorme silêncio e M nada disse, então L continuou)
E depois tu chegaste a dizer que compraste passagens de avião e que querias realizar todos os meus sonhos, pode não ser o momento, mas quanto mais tarde pior e...
-Acabou? Como assim acabou? Porquê L?
-Porque eu não suporto mais viver a relação perfeita, eu preciso de correr riscos, preciso de ter uma vida que não vá de encontro à perfeição de relacionameno em que mergulhamos.
-Não entendo, o que querias afinal? Que te fizesse infeliz?
-Não, tu és uma pessoa incrível, mas eu não sou mulher para entrar no teu mundo de perfeição. Eu não sou a mulher a quem devas realizar todos os sonhos. Eu não suporto mais viver dentro dos limites de um namoro que pode ser invejado por todas as mulheres deste mundo mas que não é o que eu quero para mim. E os meus sonhos, deixa-me ser eu a realizá-los. Eu quero viver a minha vida fora dos dias monótonos da nossa relação, não suporto viver mais no mundo encantado que construimos.
-Eu não acredito no que acabei de ouvir. Estas a dizer que te cansaste de mim porque eu fazia tudo bem?
-Sim.
-Mas o que é que tu queres L? Que te faça infeliz? Que me esqueça de ti enquanto ando de bebedeira em bebedeira? Que te dê todo o espaço do mundo? Que te trate mal?
L olhou para M com ar de quem lamentava o que estava a acontecer e disse:
-Quero viver a minha vida longe desta história de amor com desfecho tão previsível de final feliz, é isso que eu quero, saber o que é a vida longe deste mundo encantado.
Soubesse ela o quão bom teria sido viver o final perfeito.
sábado, 10 de novembro de 2012
Primeiro ela e depois eu.
Pensei em fazer uma dieta, mas comer uma folha de alface por dia nunca foi alimento para uma mulher como eu. No outro dia até dei por mim a pensar que se vestisse as roupas que se usavam no tempo da minha avó talvez apreciasses mais o meu estilo, mas não faço ideia do sítio onde ela as vai desencantar e achei que pedir emprestado seria desagradável, afinal de contas, ela já te tinha emprestado a ti e eu nunca gostei de abusar da boa vontade das pessoas. Bem, na verdade ela não te emprestou de boa vontade, se calhar fui mal educada, não devia ter-te levado sem pedir mas nunca pensei que ela fosse assim tão egoista. Um Sábado destes dei por mim no ginásio, ouvi dizer que ela era muito adepta de desporto e pensei que talvez assim deixasse de ser a tua segunda escolha, mas depois das primeiras dores musculares do dia seguinte a minha preguiça obrigou-me a desistir da ideia de querer ser tão atlética quanto ela. Quando a encontrei no café reparei que ela estava a beber uma àgua mas quando dei por mim já tinha pedido um chocolate quente e tentei desculpar-me a mim mesma com a ideia de que nem bebendo seis litros de àgua por dia e comendo só uma alface por semana ficaria tão elegante quanto ela. Não que eu seja invejosa, mas de facto ela é tão elegante que pode andar com o cabelo sempre bem esticado, de certo que passa pelas gotas de chuva sem se molhar. Por falar em cabelos, nunca preferiste as loiras pois não? Não deves ter queda para mulheres burras, mas eu não sabia. Porque eu e o meu cabelo loiro tivemos queda para ti, mesmo sabendo que pertencias a uma morena qualquer que se passeia por esta cidade com o nariz tão levantado que eu dou por mim a pensar se será apenas porque é uma pessoa tão segura de si mesma ou está é constantemente a imaginar desenhos com as formas das nuvens. Quero acreditar na segunda hipótese, pelo menos assim posso-lhe atribuir criatividade. De qualquer forma não pretendo pintar o meu cabelo, acho que ser loira adequa-se mais ao meu perfil, afinal de contas não fui muito inteligente. Se fosse inteligente já não estaria aqui à espera do dia em que o primeiro lugar fosse meu e pela primeira vez na tua vida eu deixasse de ser a outra. Não é que eu seja egoísta como ela, mas preferia que fosse ela a preencher as minhas ausências em vez de ser eu a estar à espera das tuas horas vagas. Já pensei várias vezes em tudo o que a distingue de mim, mas por mais que tente, não me consigo assemelhar a ela.
Um dia vou perceber que mesmo que ela engorde, pinte o cabelo de loiro e deixe de ser atlética vai ser sempre a tua escolha. Dizem que se chama amor, eu sei o que isso é, porque mesmo que um dia engordes, confundas roupa com trapos e continues ao lado dela, continuas a ser a minha primeira escolha. Vou perceber também que mesmo que um dia fique tão elegante como um palito, tenha o cabelo escuro e vá todos os dias ao ginásio, serei sempre a tua segunda opção. Dizem que se chama atracção, e ouvi dizer que essas coisas morrem, mais dia menos dia. Já me disseram que ela é o grande amor da tua vida e que por mais caminhos que percorras o teu destino final passará sempre por ela mas deixem-me ao menos sonhar, sonhar com as horas que passo a teu lado, aquelas em que me fazes promessas que ambos sabemos que nunca irás cumprir. De qualquer forma, serás sempre a minha primeira, última e única escolha, mesmo quando as minhas amigas me tentam fazer perceber que não me posso contentar em ser a outra de alguém. Ah, e desculpa, mas quando disse que não era invejosa menti. Eu invejo-a, invejo-a por ter a certeza que todos os dias lhe dizes que ela é a mulher da tua vida.
Um dia vou perceber que mesmo que ela engorde, pinte o cabelo de loiro e deixe de ser atlética vai ser sempre a tua escolha. Dizem que se chama amor, eu sei o que isso é, porque mesmo que um dia engordes, confundas roupa com trapos e continues ao lado dela, continuas a ser a minha primeira escolha. Vou perceber também que mesmo que um dia fique tão elegante como um palito, tenha o cabelo escuro e vá todos os dias ao ginásio, serei sempre a tua segunda opção. Dizem que se chama atracção, e ouvi dizer que essas coisas morrem, mais dia menos dia. Já me disseram que ela é o grande amor da tua vida e que por mais caminhos que percorras o teu destino final passará sempre por ela mas deixem-me ao menos sonhar, sonhar com as horas que passo a teu lado, aquelas em que me fazes promessas que ambos sabemos que nunca irás cumprir. De qualquer forma, serás sempre a minha primeira, última e única escolha, mesmo quando as minhas amigas me tentam fazer perceber que não me posso contentar em ser a outra de alguém. Ah, e desculpa, mas quando disse que não era invejosa menti. Eu invejo-a, invejo-a por ter a certeza que todos os dias lhe dizes que ela é a mulher da tua vida.
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